quinta-feira, 17 de abril de 2014

Políticas Inclusivas e Medidas Educativas para Alunos com NEE

Educação Especial: O que importa?



1 comentário:

  1. O desafio "Que barreiras que persistem?"
    Olá, após ler tantos comentários parece-me que a questão colocada para reflexão e debate, sendo sempre actual, permite-nos diversas abordagens, sendo para mim mais pertinente escrever um pouco sobre as barreiras com que me tenho deparado ao longo de mais de 20 anos na Educação Especial. Têm sido quase sempre barreiras interpostas pela comunidade educativa em geral.
    Há cerca de 15 anos, e dando apoio numa aldeia com jardim de infância privado, foi-me colocada a situação de que o aluno com 5 anos, com trissomia XXI, não poderia frequentar o jardim, dado que os estatutos da instituição não o previam. Após muitas diligências e contactos com diversas entidades, a única resposta exequível foi a frequência do aluno, apenas nas horas em que era por mim acompanhado.
    Desde essa altura houve bastantes mudanças e uma maior consciencialização dos direitos de TODOS, mas eis que há cerca de 10 anos, noutra instituição privada, aos alunos de educação especial era impedida a participação em visitas de estudo. Mais uma batalha na divulgação da importância destas experiências para os alunos, esta já envolvendo pais e até a rádio local, ao que a partir desse ano a situação se alterou e a instituição passou até a promover encontros e debates sobre as problemáticas que enfrentam.
    Após passar pela Intervenção Precoce, Apoio em jardins de infância e no 1º ciclo, encontro-me actualmente numa Unidade de Ensino Estruturado de 2º e 3º ciclo, onde a maioria dos alunos têm Currículo Específico Individual (CEI). As barreiras mantêm-se…
    Não tanto ao nível da sociedade em geral, onde quase todos têm alguém amigo ou familiar, que enfrenta as dificuldades inerentes a uma deficiência, problema grave de saúde ou dificuldades no percurso escolar, mas sim dentro da ESCOLA!
    A maioria dos docentes não considera estes alunos como fazendo parte do grupo turma, também a maioria das assistentes operacionais não tem formação/educação/respeito pelos alunos, o que também na maioria das vezes é comum aos alunos da escola… digo maioria, porque existem exceções! E é nessas que procuro energia para continuar a “trabalhar”, divulgar, esclarecer, capacitar quem se interessa…
    Em termos políticos/institucionais, verifica-se um decrescer a pique do valor dos docentes, sendo que cada vez mais estes têm inúmeras horas de trabalho com papéis, formulários, inquéritos, estatísticas, etc. em detrimento dos alunos e da organização efectiva da sua vida escolar e futuro pessoal e social. E a legislação, como já foi referido atrás, beneficia mais a turma, os docentes e a comunidade educativa do que o aluno.

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